“Apenas os pequenos segredos precisam ser guardados, os grandes ninguém acredita” (H. Marshall)

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A Educação Permanente e o Anarquismo possível



A “Educação Permanente” representa para nós uma educação integral da pessoa e sobretudo da sociedade, para além portanto da formação infantil. A limitação de empregar termos como “Educação Holística”, que também nos concerne todavia, é que a Educação Integral do ser humano deve ser algo progressivo, ademais de potencialmente vitalício.
O termo “Educação Permanente” tende a ser empregado em nossos tempos de especializações como um processo de contínua graduação da formação técnica (doutorado, pós-graduação, etc.), abarcando a organização do trabalho, gestão e controle social. Nós designamos a estas porém simplesmente como “profissionalização”.


A Educação Permanente visa forjar a integridade do ser humano, conquanto trate ela de se harmonizar com a liberdade e a diversidade humana, determinando as possibilidades do “anarquismo” ou da livre-expressão nata ou adquirida. 
O termo “anarquismo possível” possui aqui então duas acepções. Inicialmente, aponta que a educação permanente representa a única forma de alcançar o anarquismo; depois, que este padrão pedagógico determina os limites reais do anarquismo ou os caminhos para um anarquismo realista.*
A Educação Permanente representa a superação das ideologias. Não existe anarquismo coerente sob ideologias absolutistas e sujeitas meramente a culturas-de-época –menos ainda sob ideologias extemporâneas e exterrâneas. Um anarquismo efetivo ter um claro sentido de superação histórica e de ideologias rígidas. O anarquismo apenas existe de maneira holística, razão pela qual ele acaba se multiplicando em correntes “infinitas”...


O “universalismo” soa às vezes como uma panaceia utópica, alheia às urgências da realidade histórica. Contudo, um ecumenismo verdadeiro seria capaz de suprir por si só as necessidades sociais de forma equilibrada.
A Educação Permanente significa abolir a primazia das instituições. Nós não eliminaremos as instituições em si, porém elas já não determinarão a conduta do ser humano, mas estarão ao ser serviço. Estado, Polícia, Igreja... existem basicamente para cumprir funções reguladoras que uma educação limitada não pode alcançar.

A Educação será neste caso a primeira e a única verdadeira instituição. No entanto, ela é permanente por ser holística e universalista, e como tal não se torna opressiva ou ideológica.
A “Educação Permanente” se destina na verdade a levar cada um até onde ele está naturalmente capacitado a ir. Quando a pessoa possui potenciais crescentes ela avança numa espiral através da fácil assimilação dos conteúdos gerais, e quando a pessoa atinge os seus limites ela reduz a velocidade do aprendizado ou entra numa forma de treino circular especializado. 
Nisto é que realmente entraria a atualização profissional dos conhecimentos (também definida como “Educação Continuada”) comum hoje especialmente na área da Medicina. 

Este limite natural do indivíduo determina aquilo que se poderia chamar de sua “classe social”, sempre caracterizada pela sua atividade profissional. Aqui é que entra realmente o papel das instituições como atividade maiormente autônoma, visando dar suporte aos interesses-de-classe.
A compartimentalização social não implica na sua impermeabilidade e isolamento. Pelo contrário, dever ser instituídas vias comunicantes entre todos os setores socioculturais, o que se dá basicamente pela valorização e o respeito.

A hierarquização até pode existir, porém sempre nos limites da sua legitimidade. A autoridade é um fato em todos os setores, contudo não pode sucumbir ao autoritarismo. O sentido social do todo é fundamental para isto, o espírito-de-serviço deve estar acima dos interesses pessoais e setoriais. Cabe ter em vista sempre um Objetivo maior, acima até mesmo da própria sociedade...
Um profissional não pode se encastelar na sua atividade voltando-se apenas para si ou para os seus pares. Toda atividade deve possuir autêntica função social, tratando assim de servir tanto ao seu próprio núcleo especializado, como também ao todo da sociedade. Isto significa capacidade de adaptação e flexibilidade, resultando na única forma civilizada possível de vida. Isto vale, naturalmente, para todos os segmentos sociais.

Aquilo que se descreve acima, representa o padrão cultural das Idades-de-Ouro da Civilizações. Mais concretamente, foi o que se tratou de realizar na Índia através do Brahmanismo, antes que a crise institucional inverter a subordinação idealizada do primado da educação plural (ashramas) pelo das castas (varnas).

* Alguns poderão arguir sobre a possibilidade de um Anarquismo nihilista e liberal, e esta poderá ser realmente uma tendência das velhas sociedades em desconstrução que tem rumado para o materialismo histórico. Porém no Novo Mundo em construção, a flecha caminha naturalmente para o Todo!

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Luís A. W. Salvi é autor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.

Contatos: webersalvi@yahoo.com.br 
Fones (51) 9861-5178 e (62) 9776-8957
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Um comentário:

  1. Como o título deixa claro, o sistema em questão é proposto como uma forma de “anarquia possível”. É que tem muita “anarquia” que não passa mesmo de simples deseducação e desorientação.

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