“Apenas os pequenos segredos precisam ser guardados, os grandes ninguém acredita” (H. Marshall)

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Reencarnação: verdade ou fantasia?

por Luís A. W. Salvi (LAWS)


Por inacreditável que possa parecer, todos os grandes sábios que vêm ao mundo, terminam por concordar com as palavras de Mao Tsé Tung, quanto a ser a religião -assim como muitas crenças místicas-verdadeiros “ópios do povo”...

A diferença é que o revolucionário quer despertar as pessoas para a necessidade de ações positivas e fraternas (?) neste mundo, e o iluminado quer despertar as pessoas para a necessidade de superar a crença passiva e viver de fato alguma vida espiritual...

Claro que sociólogos “realistas” trariam à tona um par de questões. A crença no Além faz bem ou mal à humanidade? Descrer não tornaria as pessoas mais cruas e más? Afinal, muitos crêem que sendo bons terão mais chances de não morrer.

Filósofos comuns, de perfil liberal,pensam em definitivo que “se Deus não existisse, ele teria que ser inventado.” Dizem assim que “Deus é uma necessidade” (social)! O Diabo se perfila entre estes cínicos. Os grandes mestres, porém, discordam disto. Afirmam em definitivo que “Deus é uma realidade” (ontológica), e o provam através de suas vidas gloriosas e sobrenaturais. Claro que existem escolas agnósticas sofisticadas como o Budismo, pois o seu fundador, o príncipe Gautama, que foi um grande reformador do Hinduísmo,não quis forjar apenas mais um deus entre tantos, nem mesmo “um deus único e supremo”, que de certa forma já existe também lá, e sim focalizar em idéias espirituais.

Assim, não existe um só profeta, buda, messias ou avatar, que não tenha que realizar previamente a árdua tarefa de arredar crendices e superstições arraigadas na mentalidade popular, presente até mesmo na imensa maioria das escolas místicas, que deveriam buscar dar um tratamento diferenciado ao tema, mas terminam sendo quase simples ambientes de vaidades,veleidades e pseudo-iniciações.

Nem todos que pregam a reencarnação-pastiche e a salvação-indulgente, são realmente pessoas mal-intencionadas. Antes, é como se fosse esperar demais do leigo ou do não-iniciado confrontar questões tão amplas,para as quais realmente apenas se tem respostas no âmbito das grandes religiões e da espiritualidade.

Não casualmente, o nosso título no alto, expressa aforma dogmática como o tema da reencarnação é tratado pela quase totalidade das pessoas, ou seja: como uma realidade ou como uma ilusão. Quando na verdade, a única resposta digna, embora “subjetiva”, para estas e para quase todas as outras questões da vida, é não outra que um grande e enigmático... DEPENDE! Tristemente,porém, as pessoas aspiram sempre por respostas simplistas e radicais, quando na verdade dificilmente tal situação impera na vida...

Sabemos que o Buda trouxe uma série de condicionantes ao assunto, que basicamente a reencarnação não deveria ser tido como um objetivo, como imaginavam os hindus então, a menos que se trate de pessoas evoluídas que optem por encarnar para servir. O hábito da cremação, simboliza o desligamento definitivo desta vida para as pessoas comuns. Se sabe que os grandes iogues não são cremados,mas enterrados, para que a sua influência permaneça mais tempo sobre a Terra...

Contestava o Buda para isto sobre a própria realidade da alma, que tinha muito de ilusão e carma. O que se pode apurar a respeito, é que uma Alma verdadeira somente acontece através da iniciação, sendo todo o resto meros condicionamentos sociais. As chamadas “pessoas de  bem”, alcançam forjar apenas um “projeto de Alma”, em parte com a benemerência da graça divina, na qual vivem por tempo indeterminado até o “final dos tempos”, o que na prática significa um ciclo racial, quando então devem vir a juízo prestar contas daquilo que receberam e o que pretendem realmente fazer.
Outro tanto teve o Cristo que se debater acerca das fantasias alimentadas pelos saduceus acerca da ressurreição, dizendo-lhes o mestre que “Deus é o Deus dos vivos”, quer dizer, senão dos encarnados salvos,ao menos dos iniciados...

Os grandes seres não estendem a salvação apenas aos vocacionados de fato à espiritualidade, mas a todo ser humano que de algum modo deseje participar das energias espirituais de renovação e de evolução através dos seus profetas e mensageiros. Por isto Jesus falou dos “simples” e dos“perfeitos”, para usar as famosas categorias cátaras...

Isto deve responder à pergunta de muitos: “Ohomem-de-bem que não for um iniciado pode reencarnar?” Se este for o seu sincero desejo, ele poderá sim, em algum momento, e sempre sob um curso iniciático positivo.

A princípio, estas “pessoas de bem” deverão permanecer num local de repouso, protegidas (o que não é pouco!), e até realizar pequenos serviços para a luz. Porém, o único que as levaria a encarnar, é a aspiração pela evolução pessoal. Por qual razão, afinal, alguém que não deseja evoluir e se auto-aperfeiçoar de fato, deveria encarnar? Apenas para usufruir dos sentidos?Isto não é coisa que Deus ou o Kosmos aprovaria. É até bem provável que uma pessoa que encarnasse com este tipo de motivação, viesse a ter uma existência desregrada.

Quem almeja apenas uma vida simples e moral, deveria sonhar em liberar-se o quanto antes das lutas desta vida, mesmo que para permanecer apenas na periferia do Paraíso. Quem sabe um dia, ela resolva reencarnar e evoluir de fato? Por outro lado, quem deseja realmente reencarnar para evoluir,deve procurar a religião tradicional e depois uma escola de iniciação, estabelecendo-se como discípulo de uma linhagem de mestres. Se trata de ser lógico e coerente, tão somente,pois fantasias e falsas idéias são tão comuns (e sedutoras!) quanto erva daninha.


As pessoas então perguntam: “De onde vem tantas almas, se elas não são reencarnadas? Esta é a questão: se trata de “almas novas”,para não dizer que não são ainda almas de fato... A reencarnação não traz todas as respostas do caráter,como tendem a pensar os seus adeptos. A educação e a formação pessoal acarreta sempre em muito mais.

Provavelmente muita gente discordará disto que aqui se coloca, e nisto vale dizer que talvez o Universo nem queira ser muito claro ou taxativo a respeito destes assuntos, deixando abertas muitas possibilidades, inclusive a da ilusão, até certo ponto necessária na vida. Fato é que os grandes mestres são rigorosos, ao afirmar que “estreita é aporta da salvação”...


A reencarnação é uma necessidade evolutiva das almas em crescimento. Porém, o processo não se dá de maneira automática, pois depende inteiramente da conexão desta alma com algum mecanismo espiritual poderoso e consistente. Uma pessoa-de-bem, poderá aurir das graças divinas sempre que ele se volte para isto. Um cético que não queira ou não creia no Além, mesmo sendo uma “pessoa-de-bem”, não há porque receber aquilo que não acredita!
Nisto, podemos dizer que surge uma grande verdade da parte da religião ocidental, ao tratar da salvação da alma sob a intervenção do messias. Esta seria realmente a base da “entrada no caminho”, ainda que na prática poucos cristãos o façam de fato, através de alguma iniciação real.

No Egito tampouco se desejava uma reencarnação, massim a ida para um paraíso e a salvação da alma na pesagem do coração no Tribunal de Osíris.


De forma não muito distinta, e fazendo eco a muitasoutras correntes, os toltecas das linhagens contatadas por C. Castañeda, diziamque é coisa muito difícil uma consciência sobreviver ao impacto do desenlace, atendência geral é que a energia vital retorne a uma força cósmica que chamam de“Águia”.

Com o passar do tempo, as grandes doutrinas populares perdem as suas bases e são como madeira extraída das raízes, seca e sem vida. No Oriente, estas raízes foram fincadas há muito, e as antigas Escolas de Mistérios ensinavam que o curso reencarnatório depende -sine qua non- da manutenção do elo de serviço a uma linhagem consagrada de mestres.

Assim, quando algumas correntes místicas começaram a disseminar a reencarnação no Ocidente há cerca de um par de séculos, até para contrapor a tendência materialista-positivista da época, como fizeram o kardecismo e a teosofia, entre muitas outras mais ou menos afins, estavam assimilando a cru crenças pagãs e orientais, sem maior reflexão acerca das suas raízes.

De todo modo, existe hoje uma situação distinta, na medida em que a data de 2012 também determina o final de um importante ciclo humano de evolução, de modo que, mais do que nunca, as expectativas de sobrevida da alma devem ser questionadas, donde a atualidade do tema do Juízo Final...

A data anunciada pelos maias-nahuas possui uma extração racial, de modo que os valores iniciáticos das raças anteriores necessitam ser renovados. Doravante, já pouco resta dos antigos dharmas e religiões. Cada um deve comparecer ao Juiz das Gerações com aquilo que traz, de bom e de ruim, e acatar o seu destino.
Porém, se é ele um sobrevivente e deseja realmente avançar, para todos estes também será possível renovar as esperança e as perspectivas de evolução, na medida em que se conscientizem das novas metas e possibilidades de realização.
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Salvação x Reencarnação: uma síntese

Será a salvação prometida por algumas religiões (osirismo, cristianismo, etc.) uma mentira, oportunismo dos padres e sacerdotes? A reencarnação é a última realidade da evolução?

Na verdade, uma coisa não desmente a outra. A busca da salvação é o primeiro passo e serve para as pessoas que não possuem uma vocação mais pronunciada para o auto-aperfeiçoamento. E para várias escolas de pensamento, a salvação não é tão gratuita, pois também coloca como condição alguma virtude mínima, como se pode observar no próprio Apocalipse as condições para entrar na Cidade celeste:

"Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira." (Apocalipse 22:15)

Ademais, boa parte da reencarnacionismo é simples crença popular, próprio daqueles que crêem na pré-existência universal da alma (e desprezam egoisticamente o ofício venerando da intermediação espiritual, do qual os Messias são os Sumos representantes), quando na verdade a grande maioria das pessoas são seres novos que ainda carecem de muita ajuda espiritual...

Sem um empenho efetivo na auto-reeducação e, sobretudo, sem uma vinculação com uma linhagem espiritual consagrada, a reencarnação simplesmente... não acontece! Este é um ensinamento que não é tão difícil de encontrar no seio das escolas de ioguismo da Índia, cultura que é um dos berços mais destacados do reencarnacionismo, mas que também alimentou sempre um amplo culto pelos gurus.

E aí surge o enorme perigo da morte espiritual ou da morte d’alma, contra a qual os budas e avatares sempre admoestaram as pessoas, denunciando as falsas crenças populares e também os ceticismos exagerados: tertiun genus (metade do caminho entre duas coisas, o terceiro princípio da síntese).


Em "As Luzes do Pramantha", LAWS.

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