“Apenas os pequenos segredos precisam ser guardados, os grandes ninguém acredita” (H. Marshall)

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Iluminação: reintegrando a Mônada



Esotericamente falando, a Criação é uma derivação divina, um desdobramento de energias primárias em secundárias e do superior no inferior. No ser humano, a Mônada -uma partícula do Logos- se ramifica várias vezes, para gerar a consciência dos Três Mundos inferiores, necessária para a experiência da matéria e a posterior reintegração à Fonte pelo conhecimento da dor. Tal como numa colheita, deposita-se a semente no solo, para mais tarde dar os seus frutos no alto.

Com a encarnação física, a consciência se identifica com a matéria e com as coisas do tempo. Por isto, no homem inculto aquelas energias originais se dividem em desejo, pensamento e palavra. Neste mundo ele conhece a dor e a limitação, ao experimentar desejos descontrolados, palavras desarmônicas e pensamentos erráteis.

E neste caso, será preciso adquirir progressiva consciência da evolução espiritual e reintegrar as forças originais, para obter a liberação e a iluminação. Se imaginamos o Selo de Salomão (ou o Candelabro sagrado), podemos obter uma imagem clara do processo, na forma de tríades sucessivas.


Os Alinhamentos


A Mônada é a unidade cósmica composta por uma energia unificada de luz, som amor.
Na esfera do Espírito, encontra-se a tríade superior que está diretamente conectada à Mônada, onde as três energias se expressam como identificação, imaginação e mantra. Mantém uma unidade intrínseca expressa pelo som anasalado chamado Anuswara, símbolo da Palavra Perdida, é alcançada através do treinamento ocultista e da Ciência espiritual superior.
Tal coisa se desdobra numa tríade central, relacionada à Alma, onde as três energias se expressam como compaixão, reflexão e invocação. Estão representadas pela unidade do OM, a Palavra sagrada. Isto é realizado mediante o treinamento místico e a Espiritualidade.
Por fim surge a tríade inferior, quereflete de forma mais densa as energias trinas como devoção, crença e oração, os quais podem ser diferentemente qualificados em termos de bem e mal, quer dizer, acham-se sob a esfera evolutiva da Ética e da religiosidade. A síntese desta esfera é o AUM e a Palavra falada.



Existe ainda o mundo profano da mundanidade, a que nos referimos de início. Através de um treinamento consciente e o refinamento, estas manifestações se identificam aos poucos com as anteriores, de modo a produzir no tempo oportuno uma verdadeira “transferência de energias”.
Quando isto acontece, chamamos de restauração da Alma, alinhamento do Espírito e, finalmente, reintegração da Mônada, acarretando na iluminação real pela (ascensão e) síntese das energias polarizadas do ser humano.

A partir de então o ser humano se completa e auto-realiza, tornando-se cientificamente um imortal. Dizemos “cientificamente”, porque já não necessita fé para saber-se portador da luz divina, que dele jorra no seu ser de forma fluente e abundante, além de dominar processos que, se repetidos por outros indivíduos, pode produzir idênticos resultados.

Diz-se às vezes que a sequência ascendente é a da iniciação, e que a sequência descendente é a da cura. Porém tudo isto é bastante relativo, considerando que a iniciação e a cura muitas vezes são processos interligados.

A “Chama Trina”

Os chakras são importantes, sobretudo em razão de seu conteúdo & função. No caminho esotérico, começamos a trabalhar com as energias de uma maneira sutil. A palavra adota a forma de sons vibrantes; o sentimento se converte em compaixão; e o pensamento adota formas abstratas de expressão. É a ação da Tríade espiritual. Porém, quando estas energias superiores se fundem, tomam a expressão divina da Mônada.

Enquanto “Chama Trina”, dizemos tecnicamente que a Mônada está constituída por luz, som e amor. Esta é, portanto, a essência dos três planos superiores. No treinamento ocultista, o que se  faz é inicialmente desenvolver e refinar os elementos, através do mantra, da imaginação criativa e da compaixão, por exemplo.

Esta tri-unidade sagrada recebe muitos símbolos, entre eles o da flor-de-liz, um emblema hermético adotado pela monarquia francesa, com suas três pétalas devidamente agrupadas, e que ainda permitem entrever uma divisão que reflete o superior e o inferior como no Selo-de-Salomão.

Nos mundos inferiores, tais coisas adquirem a forma de fala, pensamento e desejo. Todo o treinamento começa com uma educação ética, de dizer a verdade e falar com doçura, de pensar positivamente e de aspirar coisas elevadas e desejar o bem a todos.

Uma prática interessante é, mesmo na fala cotidiana (que deve ser sempre contida, pausada e premeditada), buscar colocar sentimento e luminosidade nas palavras. Pode-se imaginar as palavras atravessando o “filtro” do coração, saindo pelo centro do peito.

Uma vez que estes primeiros passos de auto-reeducação estejam satisfatoriamente consolidados, se pode começar o verdadeiro caminho espiritual e as ditas práticas secretas. Onde som, luz e amor deverão ser cultuados cientificamente, nos termos ocultistas, já que representam na verdade uma unidade, de tal modo que a perfeição de cada aspecto se revelará simplesmente na inclusão dos demais, expressando todos juntos a Unidade monádica.

O MANTRA SOLAR OM & A PALAVRA PERDIDA

Não é por acaso que o mais esotérico dos Evangelhos, começa com a afirmação de que no princípio de tudo havia era o Verbo. O som é o principal instrumento que temos para apurar a nossa vibração, ou para acelerar a nossa freqüência. E o som ideal para fazer isto é o vocábulo OM, em termos espirituais.

O mantra OM tem sido associado também na Índia à própria Criação, em função de ser a Palavra-síntese que possibilita tanto criar como preservar e dissolver o universo material –ao menos em termos ocultos, voltados para a iluminação e a superação dos liames  físicos. Devido a isto, este SOM (ver a presença do OM nesta palavra) tem sido designado de a Palavra sagrada.

Tal mantra tem sido por isto denominado de mantra solar, e no Egito teria se dado algo semelhante, posto que a raiz do nome do Sol ATON ser ON, a cidade do culto solar ou da teologia do deus solar.

Na verdade, a prática do mantra está estreitamente vinculado ao processo respiratório ou às energias (des)envolvidas no pranayama, razão pela qual este mantra também é designado pranava, para aludir seu vínculo com a respiração. Através disto temos a direta conexão com a luz sutil ou o prana. A conexão direta entre sol e luz esta presente no ditado ocultista pelo qual o som é upadhi (veículo) da energia.

Caberia ainda incluir certo aspecto psíquico, como amor e devoção, para qualificar e aprofundar o quadro. Se a energia não alcança o coração, ela não atinge o centro. O amor confere doçura e sentido ao processo, e representa, na verdade, não apenas o foco final, ocultamente falando, como também o estágio que se relaciona a própria iluminação, que é o quarto grau, ou intuitivo (ocultamente falando), vinculado ao próprio coração.

O OM é a espada de luz que abre caminho para a iluminação. Pois, na realidade, a Palavra Sagrada é uma senha cósmica, como na máxima rosacruciana: “para ter acesso ao fogo, acenda uma chama”. Seu objetivo é gerar uma vibração harmônica que desperta certa ressonância oculta. Pela prática correta, o iniciado eleva decisivamente sua vibração e termina por se elevar aos vestíbulos do Oceano de fogo cósmico, o “Mar de Fogo” de que falam o Livro dos Mortos do Egito e também o Apocalipse de São João. Quando isto acontece, uma contra-senha é emanada, e somente então se estará autorizado a buscar uma nova chave e uma nova Palavra, que finalmente dará acesso à iluminação. E esta é a chamada Palavra Perdida da Maçonaria, presente no mito central de Hiram.

As coisas estão aí , é só dar-se ao trabalho de invocá-las. “Batei e abrir-se-vos-á, pedi e recebereis.” (Jesus Cristo) Além, é claro, de sustentar aquela base ética que preserva a imagem de Deus, cria a freqüência empática necessária e concentra a energia devida para efetuar os trabalhos de transmutação.

O trabalho grupal

É importante também empreender a prática do mantra em grupo. Não por acaso, a sangha (comunidade) é uma das premissas de toda a grande lei espiritual.

A energia de cada pessoa é como uma linha que, reunidas, forma uma grossa e poderosa corda. Neste caso, é mais produtivo focalizar o conjunto e centro do grupo do que a própria pessoa, assim como fazer a energia circular entre todos.

Senão, ao praticar de forma individual, cabe colocar nisto toda a paixão e nunca descurar nenhum elemento da prática. Neste caso, os budistas ainda apelam para o “coletivo imaginário”, isto é, trabalham mentalmente com grupos e para grupos. E ainda assim, cabe fazer a energia circular entre todos.

Da obra "Magia Branca & Teurgia", Luís A. W. Salvi, Editorial Agartha.


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